quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A parábola...

...do semeador é uma das histórias mais conhecidas da Bíblia (Mt.13,1-9). Peçamos a Deus a capacidade de sermos terra boa, livre de qualquer vínculo que possa impedir o plantio e a colheita do Seu amor em nossas vidas.

# TERRA CUIDADA
Não quero sentar-me à beira da estrada,
Olhar-Te passar e deixar que Te levem;
Quero receber-Te, entregar-me em Teus braços,
Atar-me contigo com os mais fortes laços.

Não quero ser pedra, nem terra sem nada,
Daquelas que a quaisquer sementes não servem;
Quero preparar-me, ficar ao Teu lado,
Sentir-me feliz, por Tua mão amparado.

Não quero Tua voz a falar sufocada
Por baixo de espinhos que não Te conservem;
Quero Te encontrar, ofertar minha vida,
Ouvir o que dizes, ver planta crescida;

Em meu coração, como em terra cuidada,
Dar frutos, deixar que os demais observem
A força, a riqueza e a paz que ofereces,
O amor infinito que só Tu conheces.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Nossa humanidade...

...exige que busquemos a presença de Deus nas coisas "palpáveis"; nos cheiros, nos sabores, no toque... Diante de tantos apelos concretos (mas ilusórios) que o mundo oferece, é, muitas vezes, bastante difícil reconhecermos e nos encontrarmos com o Deus adimensional, atemporal e invisível. Peçamos a Ele, que (verdadeiramente) nos escuta, a graça de nos sentirmos envolvidos por Ele e de experimentarmos o Seu amor sob as mais diversas formas; assim como Santo Agostinho, percebamos que "Ele sempre esteve (e está) conosco!"

# SONETO DOS SENTIDOS
Não mais te buscam meus olhares tristes;
Não mais deseja te alcançar meu tato.
Do coração o olhar sabe que existes,
Com as mãos sinto o concreto no abstrato.

Não mais preciso em meu ouvido o som;
Não mais o olfato anseia respirar-Te.
Posso escutar do Teu silêncio o tom,
No ar puro e sem odor experimentar-Te.

Não mais ao longe aspiro Te encontrar;
Não mais me aflige o medo, a incerteza;
Não mais me entrego às ilusões fugazes.

São meus desejos mudos, mas capazes
De abrir os lábios plenos de pureza
E a perfeição que é Tua contemplar.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Descrever...

...definir, explicar o amor de Deus por cada um de nós. Essa é, certamente, uma tarefa que vai álém das possibilidades humanas... simplesmente, porque não somos capazes de entender com plenitude nem de ofertar o perfeito amor que só se experimenta através d'Ele. Somos limitados, em todos os sentidos, por todos os lados, mas, n'Ele, podemos estar e ser livres por dentro, ao sentirmos no íntimo do coração e na profundidade da alma o que é inexprimível.

#DESCRIÇÃO
Queria poder descrever, definir o amor que me toca e me acalma, / Ainda que fosse preciso criar expressões e palavras... queria... / Falar da maneira mais límpida e clara possível, demais gostaria. / Mais nada preciso, se a sua presença me acolhe e transborda minh’alma.

É como se eu fosse invadido por algo que, tão sutilmente, me abraça; / Não restam espaços, nem outro atrativo é capaz de deter-me a atenção, / Tampouco enlaçar do meu ser a menor das parcelas, nem ter pretensão, / Porque já alcancei o inefável prazer de sentir-me completo em sua graça.

No entanto, o que eu possa escrever a real tradução nem ao menos parece. / Perene, consciente... ainda mais: necessário, infinito de paz, suficiente... / Apostas de alguém limitado mas, no íntimo lado, liberto e contente, / Porque vive em mim a certeza que o amor perfeito, aqui dentro, acontece.